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quarta-feira, 10 de abril de 2013

O Som do Big Bang



 Colaborador Bottary
 Elo Geográfico

Físico recria som do 'começo' do universo 

O professor de Física John Cramer, da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, recriou o que seria o som do Big Bang, explosão que originou o universo e ocorreu há 13,8 milhões de anos.
O físico produziu um som com altas frequências baseadas nas informações divulgadas cpelo telescópio Planck sobre o início do universo, em março passado. A frequência, porém, não poderia ser ouvida por humanos e, por isso, foi aumentada em 100 septilhões de vezes por Cramer, que reproduziu os sons dos primeiros 380 mil anos após a explosão do Big Bang. 

Satélite revela imagem mais precisa já feita do Big Bang 

O satélite europeu Planck, lançado em 2009 para realizar a busca da primeira luz emitida depois do Big Bang, revelou nesta quinta-feira a imagem mais precisa já feita dos primeiros momentos de vida do Universo. 

"Ousamos olhar o Big Bang de muito perto, o que permite uma compreensão da formação do Universo vinte vezes melhor do que antes", comemorou o diretor-geral da Agência Espacial Europeia (AEE), Jean-Jacques Dordain, ao apresentar os primeiros resultados do Planck, em coletiva de imprensa em Paris. Salvo algumas anomalias que farão com que os cientistas teóricos tenham trabalho por semanas, os dados do Planck corroboram de maneira espetacular a hipótese de um modelo de universo relativamente simples, plano e em expansão, afirmou a AEE. 

As imagens permitiram igualmente aos cientistas um maior conhecimento da chamada "receita cósmica", os diferentes componentes da formação do universo. "É verdade que a imagem se assemelha um pouco a uma bola de rúgbi deformada ou a uma obra de arte moderna, mas posso assegurar que alguns cientistas teriam trocado seus filhos por esta imagem", brincou George Efstathiou, astrofísico da Universidade britânica de Cambridge, ao comentar os resultados obtidos pela missão de Planck na sede da AEE. "Trata-se de uma imagem do universo tal como ele era 380.000 anos depois do Big Bang", explicou. Nesse momento, a temperatura local estava em torno dos 3.000°C, acrescentou. Antes desse momento, o universo tinha uma temperatura tao alta que nenhuma luz podia sair dele. 

O Planck captou, pois, na integridade do céu, o traço fóssil dos primeiros fótons (partículas elementares da luz) que surgiram do Cosmos e que viajaram durante mais de 13 bilhões de anos para chegar até nós. Essa irradiação fóssil é agora muito fria, com 3°C a mais do "zero absoluto" (-273°C). É invisível, mas pode ser detectada na gama das ondas de rádio. 

A radiação de fundo cosmológica (CMB) apresenta ínfimas flutuações de temperatura que correspondem a regiões de densidade levemente diferente e portam em si o germe de todas as estrelas e das galáxias que nós conhecemos. Para poder medir essas ínfimas flutuações, com uma precisão de cerca de um milionésimo, e eliminar todas os sinais parasitários emitidos pela Via Láctea e outras galáxias, o instrumento de alta frequência HFI do satélite Planck deve ser esfriado até um décimo de grau acima do zero absoluto. Essa proeza tecnológica, feita na ausência de gravidade e no vácuo, "não tem equivalente e nenhum artefacto espacial poderá ultrapassá-la por muito tempo", concluiu Jean-Jacques Dordain. 

Universo tem 80 milhões de anos a mais do que se pensava 

Novos resultados de observações de uma fração de segundo após o Big Bang indicam que o universo é 80 milhões de anos mais velho do que se pensava e fornecem novas evidências que sustentam teorias básicas sobre o cosmos, mais especificamente como ele começou, do que é composto e para onde se expande. 

As novas observações do projeto Planck, da Agência Espacial Europeia, conhecida pelas iniciais ESA, parecem sustentar previsões feitas décadas atrás baseadas exclusivamente em modelos matemáticos. 

As descobertas divulgadas nesta quinta-feira em Paris reforçam uma teoria segundo a qual o universo passou de um tamanho subatômico para sua hoje observável expansão constante em uma fração de segundo. "Nós descobrimos uma verdade fundamental do universo", celebrou George Efstathiou, diretor do Instituto Kavli de Cosmologia da Universidade de Cambridge, ao anunciar na capital francesa o resultado da análise dos dados colhidos pelo satélite Planck. 

"Agora há menos coisas que não entendemos um pouco menos", comentou. "Em termos de explicações sobre o universo de hoje, acho que podemos dizer que estamos no caminho certo", opinou Sean Carroll, físico do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). 

O Big Bang - mais abrangente teoria sobre o início do universo - sugere que a porção visível do universo era menor do que um átomo quando, numa fração de segundo, ele explodiu, resfriou-se e expandiu-se numa velocidade superior à da luz. 

O projeto Planck analisou uma fração de segundo que se seguiu ao Big Bang e permitiu aos cientistas concluírem que o universo tem 80 milhões de anos a mais do que se pensava. Com isso, a idade do universo passa a ser de pelo menos 13,81 bilhões de anos. 

A pesquisa, batizada em homenagem ao físico alemão Max Planck, considerado o pai da física quântica, também permitiu concluir que o universo se expande a uma velocidade um pouco menor do que se imaginava anteriormente e tem um pouco menos de matéria escura do que os astrônomos imaginavam, assim como um pouco mais de matéria normal. 

Diante de números tão grandiosos quanto os que envolvem a existência do universo, os cientistas observam que as mudanças são relativamente pequenas, mas ajudam a compreender um pouco melhor a intrincada história do universo e sua complexa composição. As informações são da Associated Press. 

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