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domingo, 29 de novembro de 2009

Desemprego é o menor no ano, mas IBGE vê piora de qualidade


RIO DE JANEIRO (Reuters) - A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país recuou para 7,5 por cento em outubro, menor patamar desde dezembro passado, mas há sinais de perda de qualidade no mercado de trabalho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em setembro, a taxa estava em 7,7 por cento. Economistas consultados pela Reuters previam desemprego em 7,6 por cento no mês passado.

Apesar da taxa melhor, outubro registrou a primeira queda no emprego com carteira assinada desde 2004 e a ocupação caiu tanto em relação a setembro (recuo de 0,1 por cento) quanto a outubro de 2008 (baixa de 0,3 por cento). A população ocupada atingiu 21,505 milhões nas seis regiões pesquisadas.

A população desocupada caiu 2,5 por cento de setembro para outubro, mas cresceu 0,6 por cento ante outubro do ano passado. A população desocupada somou 1,753 milhão de pessoas.

"A taxa de desemprego está estável... o mercado de trabalho não está se movimentando", disse o economista do IBGE Cimar Pereira Azeredo, nesta quinta-feira, ao apresentar os dados.

"Há no mercado pequenas movimentações, mas os grandes números --como ocupação, desocupação e outros-- não se mexem."

O rendimento do trabalhador brasileiro ficou estável de um mês para o outro, com média de 1.349,70 reais. Em relação a outubro do ano passado, houve crescimento de 3,2 por cento.

Na média do ano, a taxa de desemprego está em 8,3 por cento, acima dos 8,1 por cento verificados de janeiro a outubro de 2008.

IMPACTO NO TRABALHO FORMAL

Segundo o economista do IBGE, os reflexos da crise global ainda contaminam o emprego. "O mercado está parecido com o fim do ano passado. A crise não arrebentou com 2009, mas atrapalhou a arrancada que se esperava para este ano", disse. "Se não fosse a crise, os números deste ano seriam bem melhores. Tinha gente que falava em 5 por cento de taxa de desemprego."

Um dos principais impactos da crise foi sobre o trabalho formal. O emprego com carteira vem recuando desde o agravamento da turbulência internacional, segundo o IBGE.

De acordo com o IBGE, o crescimento do emprego formal chegou a 6,9 por cento em outubro de 2008 ante o mesmo mês de 2007 e, desde então, entrou em queda livre. "Parte desse pessoal está indo trabalhar por conta própria", frisou o economista do IBGE.

Por Rodrigo Viga Gaier

Por Reuters, reuters.com, Atualizado: 26/11/2009 11:54




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