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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Aspecto Natural e Cultural da Ilha do Fogo

Djarfogo, significa Ilha do Fogo, é uma das dez ilhas de Cabo Verde, 
e uma das mais belas.


No principio foi chamado de São Filipe, mas depois veria a ser chamada ILHA do FOGO, um nome bem expressivo, dado em honra do imponente e representativo Vulcão, como o seu ex-libris e um dos símbolos mais notáveis de todo Cabo Verde.
A ilha do Fogo foi descoberta nos anos de 1640, no mesmo período que as ilhas de Santiago e Maio. De origem vulcânica e situada a Oeste de Santiago, tem forma circular, com uma área de 476 km2, e tem o ponto mais alto de todas as ilhas de Cabo Verde.
O vulcão da ilha do Fogo tem aproximadamente 2.829 metros, com uma caldeira de 8 km de diâmetro em Chã das Caldeiras no lado ocidental, as paredes atingem 1000 metros, com uma cratera de 500 metros de diâmetro, e uma profundidade de 180 metros; é a quarta em dimensão relativa as outras ilhas.
No Globo terrestre tem as seguintes coordenadas: Latitude 15° 03' N e 14° 48' N Longitude 24° 16' W e 24° 30' W .

Djarfogo tem uma beleza, espetacular, natural, e muito apreciada, pelos visitantes da Ilha.
Atualmente tem uma população de quase 40 mil habitantes.
Esta ilha, desde o início da sua descoberta pelos colonizadores portugueses, parece que sentiu na alma a mudança do equilíbrio natural, continuando intermitentemente por largos anos, irradiando sua energia termo-nuclear, como se fosse querendo deixar sentir aos exploradores, a sua majestosa presença, para que deveriam comportar e estarem sujeito a essa incrível força.

Mas apesar dessa imponente potência natural, os desígnios ou as perspectivas dos exploradores, eram criar uma colônia, que pudessem beneficiar e satisfazer seus premeditados desejos. Dentro desse contexto, viria a aparecer uma etnia com uma cultura própria, originando assim os Foguenses.


A historia da ilha do Fogo, antes da sua emancipação reza que ela teve períodos contrastantes de algum progresso, e de terríveis calamidades naturais e de teor humano. Só para questão de informação, houve um terrível ataque em 1665 à ilha, por alguns piratas holandeses, que durante quatro dias, saquearam, maltrataram gentes, desrespeitando igrejas e casas, levando tudo que podiam encontrar que servia de algum valor, sem qualquer resistência da indefesa população da ilha.

Voltando ou meditando no passado, vale a pena saber que em 1582, - segundo as letras do conceituado escritor caboverdiano Germano Almeida, no seu livro CABO VERDE, VIAGEM PELA HISTÓRIA DAS ILHAS - ilha do Fogo tinha cerca de 2300 pessoas, das quais 300 eram homens livres e 2000 escravos, vivendo a vida praticamente numa economia feita exclusivamente no cultivo e plantação do algodão e videira cujo produtos eram enviados para Santiago, e depois exportados e comercializados na Guiné e Brasil.

A vida dos Foguenses bem como as gentes de outras ilhas durante o período da colonização, não foi nada fácil, para alem da falta da liberdade, houve períodos de grande sofrimentos que marcaram para sempre a história desse povo.

A primeira grande fome que se tem memoria na ilha do Fogo, ocorreu em 1719, e depois veio o de 1759, nesse ano houve uma tremenda explosão do Vulcão do Fogo, que explodiu com tanta violência irradiando detritos em outras ilhas de Cabo Verde; por exemplo, atingiu Santiago onde danificou ou fez alguns estragos na pastagem e agricultura. Essas chuvas de areia, eram como lágrimas a quererem dizer ou expressar o desespero que a ilha estava passando, provocado pelo abandono do poder central.

Nos meados dos anos de 1773, uma outra terrível fome pairou nessa ilha, provocada pela falta de chuva e do apoio do exterior, causando muitas perdas de vidas e grande sofrimento.

Durante a Segunda Grande Guerra em 1941-1942, outra catástrofe humana ocorreu nesta sagrada ilha, causando inúmeras perdas de vidas e bens materiais. De acordo com o livro do escritor Germano Almeida, CABO VERDE, VIAGENS PELA HISTORIA DAS ILHAS, calcula-se que mais de 7500 pessoas, cerca de 31% da população perderam suas vidas.

Dentro desse medonho e desesperado tempo, alguns verdadeiros patriotas Foguenses / caboverdianos, tais como, Abílio Macedo, Agnelo Henriques, administrador da ilha, seu irmão Antonio Henriques, e provavelmente alguns outros indivíduos, resolveram denunciar esses acontecimentos ou calamidades sociais ao Poder Central. Mas, em vez de receberem apoio na justa causa, foram presos, deportados e humilhados.

Felizmente já nesse tempo muitas pessoas aproveitaram e decidiram emigrar para os USA onde poderiam contribuir e aliviar a catastrófica situação reinante na ilha. Num período tal da sua historia, a ilha do Fogo experimentou algum desenvolvimento econômico, com a introdução da industria, o cultivo de plantações de algodão, café, vinho que veio a beneficiar infelizmente, aos donos das terras ou latifundiários, mantendo o desequilíbrio e a disparidade social.
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Djarfogo terra sabe, de beleza, de esperança, de harmonia de bom convívio entre a gente e a natureza esperando a continuar a caminhar para um caminho de progresso sustentado de igualdade e diversidade, onde cada comunidade, cada pessoa, sem padrinho tenha chance de participar de igual para igual, contribuindo assim para seu engradecimento e de toda as ilhas de Cabo Verde.

Na atualidade a ilha do Fogo esta administrativamente dividida em três conselhos: São Filipe, Mosteiros e Santa Catarina, sendo esse ultimo o mais novo. A cidade de São Filipe serviu se por muitos anos como centro administrativo da ilha; é uma cidade histórica e bem estruturada, crescendo a um bom ritmo socialmente e economicamente.

Na cidade de São Filipe todos os anos, no primeiro dia de Maio, celebra-se, a grande festa de Nho San Filipe que atrai grande público, nacional e da diáspora, durante uma semana ou mais,a ilha do Fogo, é o centro de atenção de Cabo Verde.

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