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sexta-feira, 12 de março de 2010

Recife: fundada pelos portugueses, cobiçada pelos holandeses, a Veneza Brasileira completa 473 anos de história e beleza

Recife - Veneza do Brasil


O Recife completa nesta sexta-feira, 12 de Março, 473 anos, desde que era apenas parte do território de Olinda, cidade-irmã que comemora 475 anos na mesma data.

A mais antiga referência sobre o Recife é de 1537, no documento Foral de Olinda, no qual está determinado o estatuto jurídico da propriedade da terra. Um pequeno mundo, um povoado, não muito distante de Olinda (apenas 6 km ao Norte), que era o lugar central do poder e da riqueza da capitania de Pernambuco, governada nos primeiros tempos, pelo português Duarte Coelho.

Recife já apresentava sinais de prosperidade no século XVI e iria expandir ainda mais no século XVII. O seu porto consolidava-se como espaço privilegiado. O chamado sítio urbano ampliava-se e o rico açúcar produzido na região despertava a cobiça de outros povos, como os holandeses que, em 1630, desembarcaram na região com 67 navios e sete mil homens.



A Batalha dos Guararapes, óleo sobre tela por Victor Meirelles de Lima


Em 1654, ocupando o espaço deixado pelos holandeses, que foram derrotados nas batalhas de Guararapes, pela aliança forjada entre portugueses, negros e índios - no que viria a ser o embrião das Forças Armadas Brasileiras -, comerciantes vindos de Portugal vieram para o Recife. A prosperidade do povoado, impulsionada pela ascenção económica dos portugueses, chamados de 'mascates', é vista com desconfiança pelos senhores de engenhos olindenses arruinados pelas dívidas.

O conflito entre a nobreza açucareira pernambucana e os novos burgueses desencadeia a Guerra dos Mascates. Os novos moradores do povoado saem vitoriosos e elevam Recife à categoria de vila independente, em 1710, com um governo municipal instalado.

No século XIX, a história da cidade é marcada por conflitos políticos: a Revolução de 1817; a Confederação do Equador, de 1824; a Revolução Praieira, de 1848. O Recife vivia com inquietações constantes e não se subordinava ao poder central, desafiando as ordens vindas do Rio de Janeiro.
Não era mais uma vila, nem estava subordinado a Olinda. Tornou-se cidade em 1823 e capital pernambucana, em 1827.

De uma vila de pescadores, o Recife tornou-se uma cidade rica em história, cultura e monumentos. São igrejas seculares, pontes, fortificações, ruas antigas e estreitas que convivem, actualmente, com amplas avenidas.

Hoje é uma metrópole com cerca de 1,5 milhão de habitantes, ocupando um território de 221 km². Continua "serena (...) metade roubada ao mar, metade à imaginação", como recitou um de seus poetas mais ilustres, Carlos Pena Filho. Nasceu do sonho dos homens e se inventa a cada dia.

Plantada à beira-mar e cortada por extensos rios e pontes, a cidade do Recife nasceu e desenvolveu-se em torno da chegada e partida dos barcos e navios ao seu porto. O seu nome, dado pelos portugueses, é uma variação da antiga forma arrecife, que do árabe ar-cif significa dique, alusão aos rochedos de corais abundantes ao longo do litoral.

Embaixada de Portugal no Brasil
11-03-2010

2 comentários:

Ir. Eneide disse...

Caro Armindo!
Que artigo rico sobre a veneza brasileira, Recife. Quando estudei a história do Brasil não lembro destes fatos tão bem apresentado por você agora.O nascimento desta cidade, o nome dado pelos portugueses muito interessante!A origem das Forças Armadas Brasileira. Já fui a Recife, Olinda mas nunca tinha ouvido ou lido esta história. Obrigado pela informação.
Parabéns!
Sua maiga Ir. Eneide

Mazé Silva disse...

Meu querido Mindo!!!!

Bem oportuna essa postagem, no aniversário da cidade de Recife, que tem tantas coisas lindas e Olinda também.

Moro tão perto e não consegui ir lá conhece-la. Mas eu já disse pra Glória, que ela me aguarde que não vai demorar muito não.

Parabéns pela postagem que está muito bem feita e relatando fatos históricos que é a sua área. Aliás você entende é de tudo! Rsrsrsrs

Beijos da amiga.

Mazé Silva

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