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quinta-feira, 19 de maio de 2011

E se a gente vivesse em Marte?

Não haveria raças diferentes, a fauna e a flora seriam menos 
diversificadas e nosso corpo seria coberto por pêlos.

Por Fernando Brito

O mundo seria um mundinho. Marte é bem menor do que a Terra. Para piorar, um oceano se estenderia por quase todo o hemisfério norte e um pedaço do sul - o planeta era assim há bilhões de anos, segundo um estudo da Universidade do Colorado. E só nessas condições poderíamos viver por lá, já que precisamos de água. No fim das contas, a área habitável equivaleria a 18% da superfície da Terra. Seria um sufoco dividir esse espaço. Para manter os padrões terráqueos - uma densidade de 13 habitantes por quilômetro quadrado -, somaríamos apenas 2 bilhões em Marte (e não 6,8 bilhões, como hoje na Terra).

Para a vida se desenvolver, é preciso água, carbono e nitrogênio. Somando um planeta estável e luz solar, apareceriam as primeiras formas de vida. Em Marte, elas seriam parecidas (senão idênticas) às que surgiram na Terra. Teríamos, no entanto, fauna e flora pouco diversificadas. Um dos principais incentivos para a evolução é o isolamento de grupos da mesma espécie, o que leva um dos grupos a se diferenciar do outro com o tempo. Em um mundo de um só continente, essa separação não aconteceria. E novas espécies não surgiriam com tanta frequência. O resultado seria um planeta pobre em plantas e animais.

Haveria algumas diferenças importantes no nosso modo de vida. Faz mais frio em Marte do que na Terra. E a gravidade lá é só 1/3 da terráquea. Voar seria mais fácil: muitos animais desenvolveriam asas ao longo da evolução, e viajar de avião seria mais barato e prático. Para completar, se todo mundo vivesse tanto quanto hoje, a expectativa média seria de 35 anos. Calma, a gente não morreria mais cedo. É que um ano lá tem 668 dias marcianos, ou 687 dias terrestres.

Alô, alô, marciano

Um só povo

Marte teria um único continente cercado por oceanos (ou seja, seria um planeta azul, e não vermelho). Isso influenciaria o desenvolvimento da humanidade. Sem barreiras naturais, não haveria diferenças raciais e culturais na população. Seríamos parecidos e falaríamos a mesma língua em todo o planeta.

Pra onde tenha sol

Por causa da órbita de Marte e de sua inclinação em relação ao Sol, primavera e verão são mais longos no hemisfério norte do que no hemisfério sul. No norte, são 296 dias de frio glacial (contando outono e inverno). No sul, 372. Seria comum ver gente viajar de jatinho pra se bronzear no outro hemisfério.

Homo Tonyramus

A evolução é imprevisível, não dá para saber exatamente como seríamos. Mas provavelmente teríamos pelos grossos pra aguentar o friozinho. Como está mais distante do Sol, Marte recebe só metade da luz que temos na Terra. Já a gravidade menor ajudaria a manter seu bumbum durinho por mais tempo.

Corrida espacial

Marte não tem um satélite como a Lua, que protege a Terra de asteroides e regula sua velocidade e eixo de rotação. Perigo: Marte é mais vulnerável a extinções em massa. Precisaríamos buscar outros planetas para colonizar. Uma opção seria um planeta vizinho, o terceiro em distância do Sol, chamado Terra.

No, não temos bananas

Esqueça coco, jabuticaba, manga. Plantas de grande porte não nasceriam em um planeta com pouca luz, e muitas das nossas frutas (como a banana) dependem de clima tropical. Mas poderíamos cultivar legumes e verduras. E comer carne, principalmente de aves, já que elas existiriam em abundância.

Jogos Olímpicos

Marte tem o monte Olimpo. É a maior montanha do Sistema Solar: 22 quilômetros de altura. Desafio e tanto pra quem quisesse subir ao topo, mas a menor gravidade ajudaria. Em um mundo onde tudo é mais leve, teríamos mais estímulo para praticar esportes como alpinismo e voo livre.

Fontes: 
The World Factbook - CIA; Nasa; Nasa Astrobiology Institute; Planetary Society; 
Departamento de Geologia - Universidade do Colorado; ESA - Agência Espacial Europeia

4 comentários:

Anônimo disse...

Ola! Professora Mazé!

Como sempre nos ensinando acerca da astrologia, não é mesmo?

Fiquei perplexo com as informações e cheguei a uma conclusão: sem o potássio eu não fico; sendo assim prefiro o meu país tropical mesmo, sá! Ou seja, sem banana, nunca, pois tenho às vezes cãimbras na pantorrilha.

No entanto, as informações técnicas são de grande interesse ao mundo da astrologia.

Parabéns pela matéria!

Mazé Silva disse...

Oi, meu digníssimo amigo Bottary!

Que bom ter você de volta aqui no Elo, espero que não demore mais tanto tempo pra vir aqui de novo, né?

Você foi muito cômico no seu comentário, com a tal das cãimbras na pantorrilha e o o potássio! Ehehehe.

Interesses ao mundo da Astrologia, e em primeiríssimo lugar na ciência Astronômica.

Obriga por teres gostado e pelo seu comentário que como sempre é muito inteligente!

Beijos da amiga!

Mazé Silva

Anônimo disse...

Olá amiga Mazé!

Estás de parabéns pela linda matéria que publicaste. Marte, Lua e restantes planetas, são grandes mistérios para mim e francamente eu não gostaria de viver em nenhum deles. Gosto de muita luz do Sol e nada de misterioso.
Mas, muito de aprender contigo, sobre a vida em Marte....é sempre bom aprendermos, um pouco de tudo.

Beijinhos amiga

Dina Ramos

Mazé Silva disse...

Olá minha querida amiga Dina!

Estou super feliz com a sua visita aqui no Elo, é um prazer que venhas sempre visitar e deixar o seu comentário que pra mim é muito importante.

É Dina essa questão ligada à Astronomia é ainda cheia de mistérios, até mesmo para os astrônomos que muitas vezes em suas pesquisas com equipamentos mais modernos, ainda ficam na dúvida em relação a muitos assuntos ligada ao cosmos.

Com certeza minha amiga é bom termos conhecimentos mais abrangentes incluindo vários assuntos das diversas ciências existentes e que são importantes para a nossa vida.

Um beijo grande e volte sempre.

Mazé Silva

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